Marçal de Oliveira Huoya

Teia

Ela vem
E pede seu corpo
E ele faz sua vontade
Então volta e pede de novo
Então, outra vez
Ele lhe dá saciedade 
Então ela volta novamente 
E vai ficando sério
De verdade 
Agora já é diferente 
Ele sente o peso
De uma corrente 
Ela já se sente leve
E à vontade
Lhe conta com regularidade 
Já estão falando da gente
Depois, 
Mostrando contrariedade 
Reclama ouvir censuras
Entre dentes
E ele, sem novidade
Ela reclama impaciente
Da sua crueldade 
De ser indiferente 
Da sua insensibilidade 
E então vai ficar assim?
O que você quer de mim?
Ele tenta retrucar timidamente 
Alma angustiada, corpo cliente
Tenta fugir com habilidade
Mas a teia treme, e ela sente
E ele pressente
Que agora é tarde...