Lesy Williams

A Serpente

A serpente é aquela que me viu crescer,
que me acolheu bondosamente em seu ninho;
Mas assim que ela me reconheceu,
atormentou algo em seu íntimo.

Tudo fez para destruir lares alheios,
cuspindo naturalmente as estirpes do seu veneno;
Mas nunca me intimidei com a sua língua;
Rapidamente entendi que o seu mundo é demasiado pequeno.

Ela se contorcia de azia ao testemunhar o brilho
que nunca lhe pertenceu;
Até que se arrastou inevitavelmente para um beco 
demasiado escuro e sem céu.

Procurou arrastar os enfraquecidos para a sua cova 
e a sua maldição por instantes, 
permitiu prejudicar os meus caminhos.
Mal ela sabe que a sua maldade
só enalteceu a potência dos meus vinhos.

Fui forçada a plantar a minha vinha numa terra distante,
sem recursos e sem garantias.
Mas Deus é benevolente em sua magnitude, 
pois a semente que eu nutria era boa em plenitude.

Minha querida serpente, o teu mundo é escuro e sem vida;
Porque afinal de contas e pelo histórico,
O teu veneno nada foi mais, do que periódico.
Onde a Luz me fez erguer num túnel com saída