Vlad Paganini

SIM ESCREVO!

SIM ESCREVO!

Sim escrevo!

Escrevo e contesto a aflição

A celebração e a liturgia da alma

Prorrogando o prazo para ser feliz

 

Sim escrevo!

Escrevo o reto, o tangente, a curva

E os contornos do teu corpo sensual

 

Escrevo fotografias, cama desfeita

O sol invadindo o quarto

Poesia sobre a mesa

Gramática aberta

Conversa de bordo

E o vento quente nos pelos

 

Escrevo nas vibrações nas profundezas

Com o amor nos olhos a beira mar

E no misterioso fundo do mar

 

Escrevo sim!

Sobre a areia salgada e úmida

Que invade meu corpo

Em meus pés desnudos

Na face afogueada

Escrevo semi-nu

Escrevo nu!

 

Escrevo cantos eruditos

Flautas doces

No organza dos luares

No cheiro bom dos pomares

Nas harpas dos arcanjos

No esvoaçar dos anjos

 

Sim escrevo!

A curva do meu corpo

Que cruza e no teu penetra

Enlaçados num abraço que aperta

A minha e a tua flecha!

 

Escrevo a sabedoria ignorada

O caminhar da estrada

A dimensão do sonho e da magia

O mantra da natureza

 

Escrevo por todos os lugares

Escrevo a beleza

O suspiro, o tesão

A magia, e o sonho em dimensão

A boca no beijo

A ternura da flor

O encanto da fascinação

 

Escrevo inteiro, infinito

Pensando em ti

Escrevo te libertando

Buscando Deus

Amor sem fim

Bendito!

 

Escrevo sim!

E continuarei escrevendo

Como todo o coração de quem ama:

O Amor e a chama

A flor, a luz e o fogo

Escrevo sim!

Pensando em ti me entrego

E me comovo

Vlad Paganini