Seus cabelos eram escorridos assim como as águas do Nilo.
Os olhos buracos negros que me atraem a ti.
Em teu ombro, encontrei um lar.
Meu caro, amor de juventude.
Mas o tempo como sempre sendo cruel e traiçoeiro do jeito que é
Afastou-me para longe de ti,
Deixando apenas a saudade e o vazio que sinto agora.
Primavera, a estação onde nosso amor se desabrochou feito as flores numa só canção,
No verão ardente foi quando nossos corações queimaram em paixão.
Triste foi a estação do outono.
As lágrimas caindo feito as folhas alaranjadas.
O inverno gelado, sem seu aconchego me deixou frio e vazio.
Sua memória se tornou meu doce poema,
Em meio à solidão que me cativou a escrevê-lo.
As estações passam feito o vento, mas o tempo não volta mais.
A música da nossa antiga vida ainda ecoa em minha pobre alma.
Em cada nova lembrança, uma antiga volta,
Em cada verso lido, uma lágrima que chora
Na minha face sem volta.
A amargura foi a única coisa que me restou nessa vida,
Penso todos os dias nas ações que tomei e nas que deixei de fazer.
Querido, se ainda me vê espero que perdoe meus atos tão maléficos a ti.