O galo ao fundo canta,
Na manhã acabada de nascer.
Metade do mundo se levanta,
Outra metade se faz adormecer.
E na metade que a luz viu,
O sol se permitiu ver.
Em seus cabelos dourados este se fez ser.
Sobre a janela da aurora,
Se escuta um passarinho a cantar lá fora.
Este, que se deixou assim tocar,
Por essa luz que aí veio pousar.
Chilrear suave e matutino,
De porte elegante e mui fino.
Veio entregar a luz ao seu destino,
Dar de beber ao menino.
E assim, fazer nascer todos os dias,
A força do crer e suas alegrias.
É um constante e feliz permanecer,
É ter vontade e ânsia de fazer.
É ter sede e fome de um grito.
É ser manhã, é ser mito.
É um despertar num mundo aflito.
O Ferreirinha