Estou perdido em um imenso mar de maldições.
Meus olhos se fixam ao espelho, mas minha alma não se encontra mais ao corpo.
Um rosto ainda familiar em um ser desconhecido,
Seriam o passar das águas do tempo, ou talvez algo mais profundo?
Não foi nem a idade, nem o correr dos dias que me assolaram,
Mas sim, a tempestade que é o triste pesar da morte.
Maitê, minha musa, a estrela que me guiava,
Foi extinta em um único sopro,
O corpo onde jazia tua alma hoje se encontra vazio.
Lembro-me da primavera em mente, um jardim florido, que agora se encontra deserto,
As doces lembranças de um passado airoso.
Querida, que saudade me faz a memória perdida de ti.
O quão cruel pode ser o tempo a ponto de me dissociar de tua imagem.
Não percebi isso antes e transformei tudo que me entornava em acúmulo.
O mar calmo de teus olhos, agora são dilúvio.
A poesia em tua voz, se tornou apenas um lamento solto ao ar.
O pedido de noivado, sempre foi um sonho adiado.
O futuro próspero, agora é somente um amor ceifado.
Ah, Maitê, a mais bela, entre todas as outras donzelas,
Sua ausência ecoa, em minha casa agora ruidosa.
A dor da perda, se fez um fardo pesado, em minha existência, o qual não aguento mais carregar só.
Meu coração em luto, estará eternamente amargurado com tua partida meu doce amor de verão.