Nelson de Medeiros

RASTROS DE ILUSÃO

Lembro bem daquele mês de janeiro,

 daquela praia em recanto sem par,

do desejo insano de a encontrar

e, enlaçar seu corpo, esbelto e faceiro!

 

A brisa, trazendo o aroma do mar,

mais parecia um sussurro agoureiro

dum adeus previdente e derradeiro

praquele amor de verão, singular!

 

O tempo avançou, porém, o desejo

de tê-la inda ficou, ardente e pleno

pois, na paixão a loucura norteia!

 

Então, prenhe de ilusão, num lampejo,

Quis ver de novo a praia, o mar sereno,

Mas, só vi rastros de beijos na areia!