Diante do espelho,
vejo-me dividido entre dois mundos:
o poeta, que exalta a musa em versos sublimes,
e o louco, que se perde em seus encantos,
mergulhando sem retorno
em um mar de emoções.
Sou poeta,
e em cada palavra te enalteço,
em cada rima,
encontro a harmonia de tua beleza.
Descrevo teus olhos como estrelas,
teu sorriso como o nascer do sol,
e tua presença como a brisa suave
de uma manhã de primavera.
Mas sou também o louco,
aquele que se rende sem reservas,
que se afoga no oceano de teus mistérios.
Teus olhos são abismos em que me perco,
teu sorriso, um labirinto sem saída,
e tua presença, a tempestade
que varre minha razão.
Entre a razão e a paixão,
sinto-me constantemente em guerra:
O poeta busca a perfeição da forma,
a pureza do sentimento;
enquanto o louco se entrega ao caos,
à intensidade do desejo.
Ser poeta é celebrar tua essência,
capturar tua luz em versos eternos...
Ser louco é sucumbir à tua sombra,
abraçar a escuridão que também és...
E é na fusão desses dois,
que encontro a verdade de nosso vínculo.
O poeta e o louco,
duas faces de um mesmo amor.
No equilíbrio tênue entre adoração e obsessão,
descubro a profundidade de nossos laços.
Pois ser poeta é amar-te com a alma,
e ser louco é amar-te com o corpo.
E é nessa dualidade,
que habita o verdadeiro amor.