Sezar Kosta

ENTRE O POETA E O LOUCO

Diante do espelho,

vejo-me dividido entre dois mundos:

o poeta, que exalta a musa em versos sublimes,

e o louco, que se perde em seus encantos,

mergulhando sem retorno

em um mar de emoções.

 

Sou poeta,

e em cada palavra te enalteço,

em cada rima,

encontro a harmonia de tua beleza.

Descrevo teus olhos como estrelas,

teu sorriso como o nascer do sol,

e tua presença como a brisa suave

de uma manhã de primavera.

 

Mas sou também o louco,

aquele que se rende sem reservas,

que se afoga no oceano de teus mistérios.

Teus olhos são abismos em que me perco,

teu sorriso, um labirinto sem saída,

e tua presença, a tempestade

que varre minha razão.

 

Entre a razão e a paixão,

sinto-me constantemente em guerra:

O poeta busca a perfeição da forma,

a pureza do sentimento;

enquanto o louco se entrega ao caos,

à intensidade do desejo.

 

Ser poeta é celebrar tua essência,

capturar tua luz em versos eternos...

Ser louco é sucumbir à tua sombra,

abraçar a escuridão que também és...

E é na fusão desses dois,

que encontro a verdade de nosso vínculo.

 

O poeta e o louco,

duas faces de um mesmo amor.

No equilíbrio tênue entre adoração e obsessão,

descubro a profundidade de nossos laços.

Pois ser poeta é amar-te com a alma,

e ser louco é amar-te com o corpo.

E é nessa dualidade,

que habita o verdadeiro amor.