Às vezes, me pergunto em silêncio: eu sou ruim?
As mágoas e arrependimentos, tudo me enfurece.
Todos perdidos, em loucura, sempre por mim.
Talvez eu seja a raiz do solo que não floresce.
As tristezas não brotam apenas de meus erros,
Elas residem profundamente em meu ser.
Ninguém escapa dos solenes medos,
Mas eu me banho em sangue, sem compreender.
O coração que carrego talvez não esteja vivo.
O peito que me sustenta pode nem ter sentido,
Por tudo o que causei, por tudo o que matei,
Por culpa da minha terrível vida, sem lei.
O bebê que uma vez emanou verdade, agora se tornou escasso,
A história que outrora construí, já perdeu todo o seu espaço.
Agora o mundo vive a se desdobrar sem mim,
Talvez porque eu, verdadeiramente, sou ruim.