Marcos Antônio Lima

Infância

 

Repaginando as reminiscências na linha do cerol

Deparo-me com um passado varonil.

Que de mim fugiu, como um peixe do anzol

 

Vem-me então, no presente a saudade pueril

Fragmentos de profunda comoção

Pendurada num prego torto e enferrujado

 

A Nostalgia dos binóculos

Retratava o cinema mudo

Mudo como senti o amor

Visto em preto e branco

Mas preto e branco que o condor

.

Saudade da criança saltitante feito pipoca

Saudade da pipoqueira que sumiu

Evolando-se em nuvens infantes que toca

No senso da tradição que se extinguiu

 

Saudade do rouba bandeira

Do pega ladrão, ximbra e pinhão

Do carrinho de velocidade rolimã

Correndo em força eletromotriz

 

Nostálgica é perene náusea de mar

Feito criança verde e feliz

A saudade de um tempo em que sorri

Diferente deste de hoje, que me vê chorar