A BUSCA DO INALCANÇÁVEL ÀS VEZES RESIDE NA ACEITAÇÃO DO AGORA
(Uma visão da aceitação na filosofia estóica )
O abstrato, talvez, seja a distorção do palpável,
Um reflexo da mente que, ao imaginar,
Cria mundos onde o real se torna fluido,
E a verdade, uma sombra no horizonte.
Se imaginamos, logo desejamos,
Como se a fantasia tivesse o poder
De transformar desejo em necessidade,
E o consciente, um campo fértil para o impossível.
O querer, muitas vezes, é uma razão
Que não conseguimos compreender completamente,
Um enigma envolto em razões práticas e temores,
Uma força que, às vezes, tende a nos dominar.
Sendo assim, a vontade tangível
Se torna um efêmero desejo ilusório,
Uma chama que brilha intensamente,
Mas se apaga, deixando apenas cinzas de saudade.
Na busca incessante pelo inalcançável,
Encontramos a fragilidade do querer,
A constatação de que a satisfação
É um horizonte que se afasta à medida que avançamos.
Por isso, ao refletir sobre essa incessante busca,
Descobrimos que o verdadeiro sentido pode estar
Na aceitação do agora, que é o presente.
Assim, o abstrato não distorce, mas enriquece o palpável.
Transformando o desejo em um guia,
E a realidade, em um campo de infinita exploração e possibilidades
Assim a busca pelo além se torna uma jornada
Para abraçar o que já
é e o que podemos viver.
C.Araujo