Num papel em branco, soam palavras,
Em silêncios densos, o amor se agrava.
E enquanto o sol se põe em seu esplendor,
Renasce a sombra do meu sentimento, o amor.
Os versos que guardo, a tinta fica ausente,
Escorrem do peito, fervendo, latente.
Sonhos em frases que nunca couberam,
Na fragilidade de momentos que não se revelam.
Eu poderia tecer, com fios de esperança,
Histórias de nós, numa eterna dança.
Mas as letras, timidamente, se escondem,
Nos abismos profundos onde os sentimentos não respondem.
E se um dia, no silêncio da noite,
Um impulso profundo nos levar ao norte,
Talvez, em um suspiro, eu encontre o caminho,
E escreva a carta antes que chegue a minha morte.
Mas até lá, guardarei o que é sutil,
Na doçura do agora, neste instante febril.
Porque amar é também saber calar,
E na ausência das letras, é o coração que vai falar.
19 jul 2024 (13:38)