O mar que vive em mim .
Que eu carrego sem ter fim.
Nesse mar de desassossego.
Da inquietude e do medo.
Que navego sem bússola.
E me amarro ou desapego.
Que profundo és tu, ó mar?
Que escondes no teu ego,
No teu íntimo desejar?
Eu te grito bem alto, ó mar!
Abre-te para que eu possa passar.
Duas vezes já eu tinha gritado.
Mais uma vez voltei a fazê-lo.
Que escondes tu para tal desapego?
Mar meu, esse cheio de medo.
Porque teimas em não deixar passar,
Quem já ouve o seu ego?
Lembra-te, ó mar, de ti!
Desse mar outrora navegado,
Não te prendas tu, ó mar,
Solta as amarras e deixa entrar,
Quem de si ao passado foi resgatar, ó mar!
O Ferreirinha