Eu nasci para ser poeta,
Mas há pouco sequer sabia ler,
Esse é o destino daqueles que nada tem a dizer.
A vida transpassa numa corrente de palavras,
Amarradas, chutadas e quebradas,
Mas saiba que, se um dia houver sorriso,
Afoguei-me, sendo impossível de resgatar,
Pois, tentei enxergar a última dança sob o luar.
Apenas teclas me separam da angústia interminável,
Tendo as palavras como únicas companheiras,
Nisso não há amizade, elas são interesseiras.
Eu as crio, imagino e dou forma,
Elas embaralham e destroem,
Eu aceito, desde que levem embora todas as memórias,
Daquele outrora melhor que o agora,
Assim como diziam aquelas antigas histórias.