Sou a pequena sementinha que se libertou do casulo da semente.
Um lado é desafiado pelo vento, enquanto o outro resiste e se fortalece, seguindo seu destino na vastidão do universo. Despertei em solo árido e hostil, sem proteção ou amparo. Enfrentei tempestades e desolação, uma jornada árdua, sem adulação. Arrastada pelo vento, deixei a rocha, rumo a uma terra plana e desolada, o sol inclemente impedindo minhas raízes de brotar. Eu, a semente desamparada, desidratada e desacreditada, fui acolhida por um bondoso senhor que me levou, sem vida e sem esperança, para um vaso fértil, rico em adubo, onde me plantou com carinho e cuidado. Com o passar dos dias, minhas raízes se expandiram, um broto surgiu e floresceu... Cresci com tal exuberância que todos admiravam minha beleza. De uma semente que um dia pertenceu a uma majestosa árvore de Ipê, superando inúmeras adversidades, aqui estou, florescendo e prosperando graças ao generoso senhor. Assim se repete a história com inúmeras outras árvores. Sejamos como o amável senhor, semeador de boas sementes, acreditando naqueles que menos valorizamos.