rita_florentino_

Divindade atroz

 

Ouço como o relógio branda 

A cada estalo do ponteiro 

Minha vida desanda 

 

 Cá estão, minhas  mãos retesadas 

Na ânsia do tempo que me falta

E na sua exiguidade me torno cansada 

 

 Vivo por uma especiaria minguada 

Por alguns cultuada 

Por outros ignorada

 

Diga-me, o  atroz divindade 

Que caminho tomar 

Para ficar longe de tua maldade

E me aproximar de sua perenidade?