Desalento
Lá fora, lágrimas de chuva
Um rosto molhado...
Veste-se a face, um rosto cansado.
Da janela ver-se o jardim
Onde sublima o orvalho
Boceja a vidraça
Numa noite escassa…
Segue pela noite afora
Entra pela madrugada adentro
O sono não vem
Não vem o sorriso…
Lá fora um pingo de luz
Por uns segundos lhe traz um alento
Aqui dentro entrega-se ao desalento!
Ouve-se o silêncio
Não se ouve o grilo…
Uma nuvem passa
Apenas um filme repassa
A lua não veio
Não veio o sorriso…
Embriaga-se no vinho tinto.
\" Ernane Bernardo