Ernane Bernardo

Desalento

 

Desalento 

 

Lá fora, lágrimas de chuva

Um rosto molhado... 

Veste-se a face, um rosto cansado. 

Da janela ver-se o jardim 

Onde sublima o orvalho 

Boceja a vidraça 

Numa noite escassa… 

Segue pela noite afora

Entra pela madrugada adentro

O sono não vem 

Não vem o sorriso… 

Lá fora um pingo de luz 

Por uns segundos lhe traz um alento 

Aqui dentro entrega-se ao desalento! 

Ouve-se o silêncio 

Não se ouve o grilo… 

Uma nuvem passa 

Apenas um filme repassa 

A lua não veio 

Não veio o sorriso… 

Embriaga-se no vinho tinto.

 

\" Ernane Bernardo