No último vagão, adormecia o Detetive Poeta,
Descansando de suas investigações profundas,
Desvendando as estrofes ocultas,
Que guardam os segredos do coração.
Cansado de mergulhar nos abismos da alma,
Onde os amores e desamores se escondem,
O detetive agora tirava férias merecidas,
Da máfia das palavras disfarçadas.
No primeiro vagão, Poesia Lírica e seu marido,
Poema Apaixonado, levavam seu filho,
Soneto Petrarquiano, em uma viagem,
Ao Reino dos Versos Decassílabos.
Eles queriam ensinar-lhe a métrica poética,
Pois o jovem soneto enfrentava dificuldades,
Em matemática, mas principalmente,
Em encontrar sua voz poética.
Porém, durante a viagem, algo estranho ocorreu,
Soneto Petrarquiano, de repente, desapareceu,
Todos procuraram pelo trem em vão,
Até que chamaram o Detetive Poeta.
Investigando minuciosamente cada verso,
Ele desvendou o mistério oculto,
O jovem soneto se sentia aprisionado,
Entre quartetos e tercetos tradicionais.
Em busca da poesia prosaica perfeita,
Ele acrescentou frases e se desmembrou,
Transformando-se em declarações de amor,
Enaltecendo o diálogo dos amantes.
A vida se tornou uma grande prosa poética,
O soneto encontrou sua verdadeira voz,
Livre de métricas e amarras tradicionais,
Ele descobriu o poder do amor e da liberdade.
Assim, o Detetive Poeta solucionou o mistério,
Restaurando a harmonia na família poética,
E o Soneto Petrarquiano encontrou seu caminho,
Na poesia prosaica, onde seu coração brilha.