Sezar Kosta

O MISTÉRIO DO TREM DA POESIA

No último vagão, adormecia o Detetive Poeta,

Descansando de suas investigações profundas,

Desvendando as estrofes ocultas,

Que guardam os segredos do coração.

 

Cansado de mergulhar nos abismos da alma,

Onde os amores e desamores se escondem,

O detetive agora tirava férias merecidas,

Da máfia das palavras disfarçadas.

 

No primeiro vagão, Poesia Lírica e seu marido,

Poema Apaixonado, levavam seu filho,

Soneto Petrarquiano, em uma viagem,

Ao Reino dos Versos Decassílabos.

 

Eles queriam ensinar-lhe a métrica poética,

Pois o jovem soneto enfrentava dificuldades,

Em matemática, mas principalmente,

Em encontrar sua voz poética.

 

Porém, durante a viagem, algo estranho ocorreu,

Soneto Petrarquiano, de repente, desapareceu,

Todos procuraram pelo trem em vão,

Até que chamaram o Detetive Poeta.

 

Investigando minuciosamente cada verso,

Ele desvendou o mistério oculto,

O jovem soneto se sentia aprisionado,

Entre quartetos e tercetos tradicionais.

 

Em busca da poesia prosaica perfeita,

Ele acrescentou frases e se desmembrou,

Transformando-se em declarações de amor,

Enaltecendo o diálogo dos amantes.

 

A vida se tornou uma grande prosa poética,

O soneto encontrou sua verdadeira voz,

Livre de métricas e amarras tradicionais,

Ele descobriu o poder do amor e da liberdade.

 

Assim, o Detetive Poeta solucionou o mistério,

Restaurando a harmonia na família poética,

E o Soneto Petrarquiano encontrou seu caminho,

Na poesia prosaica, onde seu coração brilha.