Melancolia...

Cartas Desbotadas. (R)

**Ao abrir uma caixa empoeirada,  
Que estava na penteadeira,  
Senti meu coração acelerado,  
Pensando que era brincadeira.**

**Caixa aberta, emoção no ar,  
Tantos papéis soltos no chão;  
Pensei que a vida passou devagar,  
Mas nem tudo ali foi em vão.**

**Comecei a separar folha por folha,  
Algumas escritas em forma de coração;  
Cada pedaço daquele papel  
Me trouxe uma forte emoção.**

**Pra falar a verdade,  
Muitas letras passaram despercebidas,  
Li todas as cartas,  
E nada me deixou aflito, sem medidas.**

**Me empolguei a cada carta aberta,  
Várias risadas surgiram, assim,  
Mas, sabendo bem lá no fundo,  
Que tudo aquilo era só carinho, enfim.**

**A caixa estava ficando vazia,  
Poeira se espalhando ao vento,  
Meu coração se apertava forte,,  
Com as últimas folhas sumindo ao tempo.**

**E, por fim, as últimas cartas foram achadas,  
Bem embrulhadas e sortidas,  
Lá bem no fundo daquela caixa,  
Encontrei várias paixões perdidas.**

**Ao saborear aquelas escritas antigas,  
Comecei um suor tenso e frio,  
Lembrando de sentimentos passados,  
Acabei chorando rios.**

**Lembrei da pessoa que eu mais amei,  
Estava no meio da poeira sem fim,  
Meu coração ficou entristecido,  
Por não tê-la mais perto de mim.**

**Mas aquela caixa eu fechei e guardei,  
Quem sabe, num lugar mais profundo,  
Guardei-a no fundo do meu coração,  
Por não ter mais a pessoa que amei neste mundo.**

**Aquela carta... que eu não queria ler...  
Me trouxe tanta aflição... que esqueci de ser.  
Aquela carta... que me fez lembrar do primeiro beijo...  
Tanta emoção guardada... aqui no meu peito.**