Lembro-me bem daquela tarde tranquila,
Quando o sol se deitava preguiçoso no horizonte,
E a brisa suave dançava entre as folhas,
Você bateu à porta, sorriso tímido,
Perguntando se eu tinha um pouco de açúcar,
Para adoçar o café da tarde.
Não era só o açúcar que você buscava,
Era a doçura de um gesto simples,
Que acendia a chama da amizade,
Aquela que se constrói em pequenos momentos,
Em risos compartilhados, em conversas ao portão,
Em olhares cúmplices e palavras afetuosas.
Emprestar uma xícara de açúcar,
Era como emprestar um pedaço do coração,
E receber em troca o calor de um vizinho,
Que se torna amigo, quase irmão.
Nossos dias se encheram de doçura,
Com cada pedido, cada troca, cada abraço.
Agora, quando eu penso em simplicidade,
Vejo a imagem da sua mão estendida,
E sinto a segurança de saber,
Que não estamos sozinhos neste mundo,
Que uma xícara de açúcar pode ser,
O começo de uma bela história de afinidade e cuidado.