Sezar Kosta

A DOÇURA DE UMA TARDE

Lembro-me bem daquela tarde tranquila,

Quando o sol se deitava preguiçoso no horizonte,

E a brisa suave dançava entre as folhas,

Você bateu à porta, sorriso tímido,

Perguntando se eu tinha um pouco de açúcar,

Para adoçar o café da tarde.

 

Não era só o açúcar que você buscava,

Era a doçura de um gesto simples,

Que acendia a chama da amizade,

Aquela que se constrói em pequenos momentos,

Em risos compartilhados, em conversas ao portão,

Em olhares cúmplices e palavras afetuosas.

 

Emprestar uma xícara de açúcar,

Era como emprestar um pedaço do coração,

E receber em troca o calor de um vizinho,

Que se torna amigo, quase irmão.

 

Nossos dias se encheram de doçura,

Com cada pedido, cada troca, cada abraço.

 

Agora, quando eu penso em simplicidade,

Vejo a imagem da sua mão estendida,

E sinto a segurança de saber,

Que não estamos sozinhos neste mundo,

Que uma xícara de açúcar pode ser,

O começo de uma bela história de afinidade e cuidado.