A brisa que antes sussurrava promessas doces,
agora se tornou, aos poucos, um vento cortante,
um sopro gélido que me arrancou a esperança do peito.
As palavras, outrora melodias que ecoavam em nossos corações,
agora se perderam em um mar de frieza e silêncio,
como ondas que se chocam contra as rochas da indiferença.
Aceitemos que, por mais que os nossos corações sejam nobres,
às vezes, eles se tornam cruéis espadas afiadas,
ferindo com palavras mordazes que penetram fundo,
deixando cicatrizes na alma, marcas eternas que parecem nunca sarar.
O olhar, que antes me inundava o peito de esperança,
agora se afasta, distante, como um navio perdido em alto mar,
deixando apenas a imensidão vazia do meu desespero.
A chama que ardia em nossos sonhos,
agora se reduz a brasas frias, apagadas pela indiferença.
Aceitemos que a credibilidade erguida era frágil,
Mesmo sendo construída com paciência e esmero,
Mas, diante de um sopro muito forte, poderia desmoronar,
Como nosso castelo de areia resistente até ser beijado pelas ondas.
Palavras, meros sussurros, não tem o poder de curar almas partidas,
Somente gestos, toques e presenças que conseguem sarar feridas.
Anos desenvolvendo a fortaleza da confiança, em segundos sentindo ruir,
Como nosso castelo de areia sob as ondas, sem aviso, a se extinguir,
Um passo em falso, um deslize, ecoando por toda a eternidade,
Arrependimento, sombra fiel, companheiro da saudade.
Mais sábio é quem zela, com carinho, do que é precioso,
Guardando cada momento, cada sorriso, como algo valioso.