Naquela pequena cidade, os trabalhadores procuravam emprego subindo e descendo. Havia carpinteiros, soldadores, montadores de andaimes.
Os engraxates percorriam as calçadas em busca de pés para deixar brilhantes.
Os carteiros aguardavam a chegada de suas cartas para entregá-las aos destinatários e assim fazerem seus trabalhos. Os leiteiro passava bem cedo tocando os sinos das casas, acordando os moradores para pegar seus leites.
O cheiro de café se espalhava pelas chaminés, lá fora as pessoas conversavam enquanto a budeja se abriam naquela cidadezinha, havia algumas moças que vendiam cocadas para poderem estudar nas grandes cidades.
Havia um homem que vendia cuscuz de arroz, muitas mulheres vendiam mucuzar. No entanto, o tempo foi passando e os carroceiros começaram a deixar a cidade por não haver mais trabalho.
Os motociclistas chegaram levando seus passageiros. Os carteiros já não entregam mais correspondências a maioria chega pelo telefones.
Os homens que vendiam jornais de porta em porta ficaram desempregados. Assim, aquela pequena cidade se transformou em uma cidade com outras qualificações profissionais.
O leite hoje é embalado em grandes supermercados. As moças da cocada ainda tentam sobreviver na mesma estação. O homem do cuscuz vive na mesma situação.
E tudo foi mudando, o que antes era prioridade hoje vai deixando saudades dos bons tempos, que ficarão para sempre em nossa memória.
Eraldo Silva.