Camila Fiorentini

SINESTESIA

Eu fui sempre poesia.

Você que não soube ler.

Doce sinestesia. 

Pra você, difícil de compreender.

Mas o esforço não se via.

E isso não me faz florescer. 

É como reclamar porque chovia.

Mas não decifrar o porque dela aparecer.

Adorar quando o arco-íris surgia.

E não ver a refração acontecer. 

É como admirar a luz do dia

E ignorar o anoitecer.