Quero livrar-me da prisão que é meu corpo,
Este sepulcro que condena-me ao desejo.
Nos meus quereres necessários e ensejos,
Me retrato sem este talhe, como um morto,
Cuja alma, em sua diluência etérea,
Já superou as limitâncias deste mundo,
Tornou memória do passado o que é imundo;
O Ser que imana sob o plano da matéria!
Quero livrar-me deste meu corpo tão fútil
E engrandecer a minha alma em transcendência;
Vir a livrar-me desta eterna inconsistência
De um existir que, existindo, é tão inútil.
Queria livrar-me desta minha vida humana
E alcançar, em outra vida, o alto Nirvana!