Rychard S. Paz

Soneto Transcendental

Quero livrar-me da prisão que é meu corpo,  

Este sepulcro que condena-me ao desejo. 

Nos meus quereres necessários e ensejos,  

Me retrato sem este talhe, como um morto, 

 

Cuja alma, em sua diluência etérea,  

Já superou as limitâncias deste mundo,  

Tornou memória do passado o que é imundo;  

O Ser que imana sob o plano da matéria!

 

Quero livrar-me deste meu corpo tão fútil  

E engrandecer a minha alma em transcendência;

Vir a livrar-me desta eterna inconsistência

 

De um existir que, existindo, é tão inútil.

Queria livrar-me desta minha vida humana  

E alcançar, em outra vida, o alto Nirvana!