Como lábaros que oscilam a ventania,
Curvando-se à nobreza da eternidade,
Teus cabelos oscilavam a mocidade
Que cobria-lhe o rosto de alegria.
São cabelos de fogo, a aquecer o inverno;
São crinas douradas, espelhando o verão.
São olhos poéticos, cujo espírito interno
Faz inteiro enfermo meu singelo coração.
Convulsivas íris, enlouquecidas cores
Consomem minh\'alma pelos teus belos lábios.
Extrai-se a Poesia destes teus olhos sábios
Afogados em azul, como tímidas flores.
Cresça-me a Tragédia, acolha-me a Morte!
Não temo travessia por onde tu me fores;
Pois onde houver teu ser, onde fizer suporte,
Haverá em mim, por ti, milhões de amores!
E por onde carregares a cruz da valentia,
Carregarei contigo a luz da eterna glória.
Teu ser é invencível; cabe-lhe só a vitória,
Minha eterna musa da milenar sabedoria!