Sezar Kosta

O POETA FAMINTO

Um poeta faminto, alma sedenta por versos,

Vaga pelas ruas da vida, em busca de universos.

Seus olhos cansados refletem a incerteza,

Enquanto a fome o consome, como uma tristeza.

 

Seus versos, outrora férteis como a primavera,

Agora murcham, sedentos por uma nova quimera.

As palavras fogem, esquivas como sombras ao luar,

Deixando o poeta vazio, à mercê do desamparar.

 

Além da fome literal, a fome da inspiração o dilacera,

Como um abismo profundo, uma dor que o esquarteja.

A solidão é sua musa, o vazio, sua companhia,

E a angústia, sua tinta, em cada página vazia.

 

Que retrato amargo desta jornada solitária,

Onde a arte e a existência se entrelaçam de forma precária.

Assim o poeta segue, alimentando-se de sonhos incertos,

Enquanto sua fome, eterna e voraz, o mantém sempre desperto.

 

Que esta poesia seja um convite à reflexão,

Sobre a luta do artista e a sua eterna aflição.

Pois no torvelinho da vida, na incerteza e na escuridão,

O poeta faminto busca, incansável, a sua redenção.