Na calma e na inocência de um mero olhar,
Nasce a vontade;
Onde os olhos deixam de se confrontar
E passam a observar a boca.
Neste instante,
São mudas todas as palavras,
E tudo que for dito
Terá a condição de um idioma já extinto.
A única linguagem que ainda entendemos é o instinto.
Nesta hora, a química percorre o corpo,
Na alma invade a sede,
O pulso se acelera e explode
Num único ensejo:
O BEIJO!
Ponto de ignição dos desejos de dois corpos,
Ansiosos pela sede de amar,
Agora a pele já arde e atenta os corpos,
Que funcionam como meros tradutores das fábulas
Contadas pelos hormônios...
Os corpos exalam feromônios,
As mentes libertam seus demônios,
A ânsia supera a decência,
E o instinto supera a ciência.
Agora não somos mais dois seres humanos,
Somos dois animais selvagens,
Soltos na jaula da libido pura pela sua impureza;
No homem, acorda seu estado mais desnudo: O MACHO!
Na mulher, expele para fora sua essência: A FÊMEA!
Suave tentação a se desnudar pela boca,
Almas que se tocam,
Se unem em lábios,
E os corpos se esfregam
No compasso da tentação de desejar
E realizar a grandeza de realizar seu mais inocente pecado:
A LASCÍVIA NASCIDA DO BEIJO!