Eita! Muié jacu!
Eita! Muié estranha!
Olhos escuros de noite castanha,
Gravados em minhas entranhas,
É PRAGA! FEITIÇO!
É nesse olhar escuro que me atiço.
Fosse minha a língua que sente o doce da fruta,
Lá vai pelo mangue com teus pés descalços,
O cabelo desgrenhado enquanto ri com o vento,
Bailando com a vida e driblando teus percalços.
Há dez noites, meu Senhor, que não durmo!
O canto que ecoa árvores (e meu coração) adentro,
É poção, é mandinga, é destino ou vontade,
A pele quente é meu único acalento.
Tua fronte em riste muito me admira e espanta.
És tão pequena, mas em sua força sei, posso crer,
Tua nudez é perfeita, vulnerável e frágil,
Mas não há quem ouse duvidar do seu poder.
Colhe flor, pedra, galho, olhares e raiz,
Queima alecrim, melissa, louro e anis,
o sorriso de lua é mistério e ela é atriz,
o verbo em sussurros e poesias me diz.
O que faço sem essa infeliz?
A fogueira não brilha como a tua aura!
Não! Não vejo, mas é extremamente perceptível!
Fosse meu corpo queimando com o teu!
Mas o final agora é indescritível...
[e choro pela tua ausência].
Bento mia e me encara de forma cumplice.
“Qual a mensagem que traz para mim?”
A melodia me arrebata,
A ouço do fundo da mata!
Sorrio e penso: “Claro que não seria fácil assim!”
[e tu voltou pra mim].