Luar Sangrento, campos de herbáceas
Cantam o réquiem das nossas esperanças;
Louvam ao tardar como negras galináceas
Trovando poesias de íntimas lembranças.
Ama os mirrados dorsos de um talhe férico
Torneado por velas arraigadas e infantis,
Este Éden de terreno avaro e colérico,
Adornado por flores carnívoras e hostis!
Há muito esvaíram-se nossos queridos ares;
Diluíram-se nas águas de mares esquecidos.
São tristes amantes sem seus amantes pares
Como irrecuperáveis paraísos perdidos.
Luar Sangrento, em ti me encerro;
Sou consumido por tua inteira fúria.
Sangra em mim, que em tu me enterro
Para livrar-me desta vil penúria!