Respiro ar em alegria,
Consegui fugir de minha quimera,
Sinto o calor da euforia,
Sintonia a altura de atmosfera.
Morena me entrega um papel,
Uma carta que já me tira o ar,
Tira meu esbelto sorriso do céu,
De alguém que diz me amar.
Salve Jorge, quem não ama,
Homem sem pudor, só rancor,
Me dava tudo depois da cama,
Mas sempre faltava amor.
Não me interessa vinho,
Nem percebe choro em sorrisos,
Sempre fingia carinho,
Os olhos transbordavam avisos
Não era culto, nem verdade,
Rezava em fuga de teu punho,
Era o momento de tranquilidade,
Esperando pelo mês de junho.
Me levava na corrente,
Livre tipo ave, em gaiola,
Era só tu, ninguém diferente,
Presa na janela do corola.
Era dente falso, e a alegria,
Fazi tudo, sua escrava,
Toda utopia, fingia e fingia,
Medo de seu soco, e palavra.
Nunca te amei, era medo,
Não só cara, coração enrugado,
Fui vítima de um pai azedo,
Aquele casamento? Arranjado!
Era oitenta, era perdida,
Até tentava, mas não dava,
Era eu que me esquecia,
Que Jaque ainda me amava...
Quero viver o amor,
Quero sentir sua boca,
Quero sentir o calor,
Quero viver louca,
Mas viver comigo,
Não ínsita, não minta,
Já cansei de tua face,
Não me ache, já é quinta,
Amanhã viajo com Jaque,
Em ódio e pranto, jogo no mar,
Salve Jorge, que não soube amar.