Precisamos de destrunos
Incendiar a aorta, esta veia
Da certeza de que bem se vive
Que nos faz sangrar sempre igual
E vermelho
Deixando roxidões
Precisamos de destrunos
Incendiar a costela, esta ossatura
Da dúvida de que o mal possa morrer
Que nos faz andar letal
E de joelhos
Deixando cegas venerações
É preciso destrunir
Destruno de certezas cômodas
Caminhos sem destino
Como a dúvida de que se envergonha
Destrunião será preciso
Destruno de dilemas insolúveis
Na Ilíada dos Cemitérios que nos uivem
O único provável inexorável, que vaia
No destruni-vos diante da ária de vida
E tropicalismo de inospitalidades
Sobretudo, é preciso destrunir réplicas
Forjar sob a diferença a relíquia
Di-ferindo a união
Sob divina destruição
O que ainda tem-se de valor?
Destruna!!!
Este é o abismo da vovó
Com o seu rococó
E a atualização do cringe
Sob olhos a autoestima da dó
É preciso destrunir abismos
O que lá se teme
Permanecerá temido
Destrunindo amores teloméricos
O que se geme
Permanecerá apologenético
Destruna seus filhos
Como quem fez tunadas ancestrais
E a aorta a sangrar
No ringue palatar
Terá gosto de Éter eterno
A eternidade é um destruno
Finitai seus ossos
Na cama de colossos
Terás vivenciado o prazer do céu do inferno
Sendo ainda uma escolha que fecundo decerto