Maximiliano Skol

SUPONHO-ME CONFUSO

Não sei...
O pássaro que agora voa é tão real quanto a minha realidade...
A nuvem passante se confunde com meus sonhos...
A árvore em frente  me faz sentir a firmeza da minha fantasia...
E penso.
Suponho que estou pensando pelo que vejo,
Será que sinto o que penso?
Será que o que vejo é real como observo.
Ou será que o real é somente em mim?
Não entendo o que sinto, nem o que realizo...
Quis realizar atividades incríveis...
Mas as realizei...
Estava eu certo da minha convicção?
Não me sinto seguro de nada...
Temo ter de cometer atos fora do contexto das águas dos rios
que seguem sem dúvidas.
Temo não ter a mesma atitude de uma pedra que é autêntica.
Vou desistir de pensar, estou com medo
Se eu tenho de executar um ato
e ser responsável por ele
Tudo me parece ter uma sensatez  inclusive na dúvida da minha autoconfiança.
Não sei se é real o que penso, ou o que faço
Ou talvez eu seja um visionário
E não me sinto autêntico e real.
E nas minhas lembranças
Eu era assim?
Era eu mesmo aquele que me relembro?
Não acredito.
Não me acredito também no que penso agora.
Não me entendo, 
Suponho-me confuso.

Tangará da Serra, 27/06/2024