Porque, no fundo, no fundo, penso que ninguém me conhece de verdade. Ninguém sabe os pensamentos mais escuros que me passam na mente e nem os mais claros. Ninguém sabe do que eu realmente gosto, na verdade, isso nem eu sei, mas não há quem procure me conhecer de fato. Enquanto mergulho no universo em que eles vivem, sou um astronauta solitário no meu mundo, onde ninguém explora para ver se há alienígena ou gente. Julgo que, no fundo, no fundo, nem eu me conheço. Mas, se houvesse alguém que se arriscasse a mergulhar no meu mundo, ele com certeza me acharia e eu saberia a profundidade em que estou. Acho que todo mundo vive de raso, até mesmo dentro de si. Creio que descobrir o seu profundo é mais doloroso do que mentir. Mentir para mim, mentir para você, mentir para nós mesmos.