Era uma casa de madeira
Simples, mas confortável
Estimulava a monotonia
Ao contrário da cidade
Um dia um homem entrou
Sem bater, sem chamar
Deitou na cama com botas
e na escuridão se fez a banhar
Acordou numa poça de sangue
Faltava-lhe um pedaço!
Com dor excruciante, deitou-se de novo
E acordou horas depois, sem um braço
A cada cochilo ou desmaio
Ao fechar os olhos
Acordava sem mais um pedaço!
Reuniu forças, tentou fugir
Da casa de madeira,
simples mas confortável
Mas a porta não abriu,
As paredes sussurraram,
Daqui nunca sairá em um pedaço.
No fim, tornou-se parte da casa,
Madeira e carne se fundiram,
Uma nova vítima,
Aguardando o próximo vadio.