Fui às terras de nascente,
Onde a luz germina fria,
Ver se estavas lá presente
Com o amor que tanto queria.
Procurei-te loucamente
Em cada fração do dia!
Em cada raio luminoso;
Em cada traço formoso!
Nem de noite eu me rendi!
Procurei-te em cada vulto.
Toda a voz eu atendi,
À escuta dum tom oculto.
…Nem plos temas que vendi
Ao colóquio mais culto
Recebi tua existência
Ou qualquer tua evidência…
Que castigo é não te ter
Junto a mim, na minha vida!
Tarda a hora de te ver
Com paixão clara vestida
E sapatos de fazer
Da lama várzea florida.
…E por falar em flores:
Nos teus olhos, que tens por cores?
É que até verdes achei,
Em esmeralda e azeitona,
E azuis… que já nem sei…
(tampouco me lembra a dona).
Tantas vezes me vidrei
Num olhar que me apaixona,
Mas nunca fiquei ligado
Por amor, ao outro lado…
Por trás de que olhos te escondes?
Já olhaste para mim?
Claro que não respondes…
Também deves estar assim…
Vem destino! Pra que nos sondes!
Pra que nos juntes por fim!
Que o amor é que liberta
As almas pra a vida certa!