joaquim cesario de mello

DIAS FEIOS

 

Que dia feio

que dia triste

que afugenta e assusta

o deus nos acuda das algazarras 

 

Dias feios acinzentam

o encardido cinza das cidades

e é quando os passarinhos

não voam e nem cantam

apenas se escondem do frio  

 

Que dia feio

que dia tristonho

que expulsa as formigas das calçadas

por não quererem se afogar ensopadas

 

Nos dias feiosos

o céu se torna grisalho

a manhã se faz esquisita

os minutos duram lentificados

e até as nuvens ficam gripadas

 

Porém

são nos dias feios

lagrimosos e encaramujados

que me retraio para dentro

afim de me amornar com o sol

que trago no interior aquecido de mim