Antonio Luiz

A apanhadora de dores

como flores, ela colhe dores

no vasto campo dos sofrimentos

e num cesto leva os dissabores

a solidão, os prantos e lamentos

 

e passa suave e cantarolante

bem cedo, em plena madrugada

é a razão do se deitar arfante

e do acordar co\'alma  aliviada

 

sua doçura é um estratagema

um entretém movido pela sanha

de atrair o mal pra sua teia

 

e embora haja quem nela não creia

converte em versos tudo que apanha

pois vi as minhas virarem poema

 

-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 20/06/24 --