Alexandre Carlini

Ah... não é \"Nada\"

Quando teus lábios, da frígida morte

Recebem o doce e intricado beijo

Finda a roleta russa de tua sorte

“Nada” segue após o fremido aleijo

 

Precedido por sonho... e pesadelo

Na última evolução do mundo

No último instante quiçá entende-lo

No último caro e profundo segundo

 

Olhas a ampulheta e questiona

Onde esteves enquanto nesta areia

Raso à revelia... o tempo escorria

 

Assim que a ilusão seu véu desnuda

Sabes que não plantou uma só muda

Num mundo em inelutável destona