joaquim cesario de mello

DE QUANTAS VIDAS SE FAZ UMA MORTE

 

Na primeira vez não morri por um triz

Na segunda a morte errou de endereço

Na terceira fui eu que me escondi

Na quarta ela ficou presa no trânsito

Na quinta era o feriado de finados

Na sexta a morte se esqueceu de mim

Mas da sétima vez não escapo

Pois minha esposa vive sempre dizendo

Que para ela eu sou um eterno gato