Lim

Dissecação

 

Nutria em seu corpo a chaga viva

Ardia, revirava em labaredas,

Sob as cicatrizes, na pele fina machucados se alastrava

Como um vírus letal, a dissecava. 

 

Mas passar por tudo isso não foi em vão,

Teve a chance de conhecer de perto o profundo e corroído algoz da decepção

Que em sua fé depositava a falsa chance de uma absolvição

Em luto, seus pés em chamas pisava em espinhos,

E ainda assim, insistia em andar.

 

Nas vezes que engatinhou quase sem forças,

Os joelhos puídos sangrava mais do que seus olhos

A dor era um ritual massacrante,

Atos diabólicos jamais esquecidos.

 

Em seu coração a bondade jamais morre

A lança da maldade feriu mas não aniquilou

Prevaleceram as veias de fé, e nas incrédulas constatações,

O abandono do fel que afogou o próprio mal.