Eu costumava mapear os meus desejos até entender que nada do que planejo sai como esperado.
Eu entendi que não adianta dizer o que quero agora se quando te vejo eu já quero outro tanto de coisas que são totalmente opostas ao que calculei aqui cá com meus botões.
Eu sempre me baseio na última vez que te vi, como teu cabelo estava, a roupa que você usava, o cheiro do perfume que tua pele exalava, mas sempre que te vejo é uma surpresa nova.
É como se você se reinventasse pra mim em todos os nossos encontros.
Eu sempre esbarro num desejo novo, numa forma diferente de tirar tua roupa, e num gosto diferente de um champagne pra sentir, saborear, degustar…
Eu costumava mapear os meus desejos até entender que nada do que planejo sai como esperado.
Eu pareço até uma adolescente recém apaixonada e não me envergonho disso, apesar das minhas bochechas mudarem de cor, quando você me tece elogios.
Eu queria ter um verso pronto, uma putaria nova pra te estigar, mas a verdade é que não tenho nada, não quando o assunto é você.
O que tem é o de sempre: o frio na barriga, a ansiedade de fazer e deixar tudo perfeito pra te vê, pensar numa roupa adequada para tal.
O que tem é o de sempre: o desejo louco de beijar tua boca, entrelaçar os dedos nos teus cabelos crespos e ouvir seu sotaque sorrateiro e me deliciar loucamente nas novas aventuras expostas só pra nós dois.
O que quero mesmo é navegar nos teus devaneios loucos e na tua criatividade absurda quando o assunto são nossos corpos nus, mas a verdade é que não tenho nada, não quando o assunto é você.
O que tem é o de sempre e espero que isso seja suficiente.