Taynan Castro

FĂȘnix

anseio começar,

mesmo não sabendo por onde ir

os dias passam:

tic-tac,

tic-tac

 

no início ainda não havia luz,

era eu e eu

morri mil vezes

para depois renascer

 

fênix

 

os dias se passaram,

o sol chegava para todos,

mas não para mim

 

então a promessa do amor chegou,

alimentando meus devaneios,

jurando ser eterno e coisas afins,

e com ele,

o fim

 

a vida já não tinha cor,

a rosa que havia

no meu coração

murchou,

acabou

 

foram anos difíceis

 

o meu coração,

embora despedaçado,

esmagado,

amou novamente

 

mas não foi daquela vez,

ainda não

 

já fui dia,

já fui noite,

o pássaro

e a gaiola

 

o ideal de amor se

fazia presente,

mas não era o meu,

ainda não

 

tentei mil vezes

esquecer as dores,

as mágoas e amarras

amargas

 

a primeira luz do sol

invadiu minha janela,

mas não o meu coração

 

perdão

 

não, não para você

que estilhaçou o

meu coração

 

para mim

 

perdão

por muito tempo

não abrir as janelas

da liberdade

 

é que foi difícil

renascer,

ser fênix

 

acordei do pesadelo 

em que eu era a vilã 

da minha felicidade

 

hoje eu encontrei

o amor,

o meu amor,

m(eu)

 

a rosa criou cor,

os raios de sol

invadiram as janelas

do meu coração

o pássaro engaiolado

voou,

amou

 

hoje já não dói,

não estilhaça,

não esmaga o peito

até sangrar

 

o sol invadiu

as janelas,

as portas,

o interior

do meu eu

 

já não dói o peito

até sangrar

 

as marcas

ainda me fazem

lembrar,

mas não dói.

 

estou anestesiada:

pele, carne, osso,

alma

 

o sol

enfim chegou

para mim.