anseio começar,
mesmo não sabendo por onde ir
os dias passam:
tic-tac,
tic-tac
no início ainda não havia luz,
era eu e eu
morri mil vezes
para depois renascer
fênix
os dias se passaram,
o sol chegava para todos,
mas não para mim
então a promessa do amor chegou,
alimentando meus devaneios,
jurando ser eterno e coisas afins,
e com ele,
o fim
a vida já não tinha cor,
a rosa que havia
no meu coração
murchou,
acabou
foram anos difíceis
o meu coração,
embora despedaçado,
esmagado,
amou novamente
mas não foi daquela vez,
ainda não
já fui dia,
já fui noite,
o pássaro
e a gaiola
o ideal de amor se
fazia presente,
mas não era o meu,
ainda não
tentei mil vezes
esquecer as dores,
as mágoas e amarras
amargas
a primeira luz do sol
invadiu minha janela,
mas não o meu coração
perdão
não, não para você
que estilhaçou o
meu coração
para mim
perdão
por muito tempo
não abrir as janelas
da liberdade
é que foi difícil
renascer,
ser fênix
acordei do pesadelo
em que eu era a vilã
da minha felicidade
hoje eu encontrei
o amor,
o meu amor,
m(eu)
a rosa criou cor,
os raios de sol
invadiram as janelas
do meu coração
o pássaro engaiolado
voou,
amou
hoje já não dói,
não estilhaça,
não esmaga o peito
até sangrar
o sol invadiu
as janelas,
as portas,
o interior
do meu eu
já não dói o peito
até sangrar
as marcas
ainda me fazem
lembrar,
mas não dói.
estou anestesiada:
pele, carne, osso,
alma
o sol
enfim chegou
para mim.