Nesa

O MAR

Quando dou por mim,

Volto sempre ao mesmo lugar.

Tenho-o tão perto…

Sortuda sou,

Por o poder chamar de lar.

 

Cheiro que atrai,

Som que acalma.

Só o azul do mar,

Sossega a minha alma.

 

Quando sinto demais,

É ao que recorro

Para de mim tirar,

compreender,

clarificar.

Onde sou livre.

De existir, 

De ser,

Sou livre de me expressar.

 

Aqui posso sorrir,

Espontaneamente, chorar.

Cada lágrima salgada,

Cada lágrima pesada,

Devolver ao mar.

 

Aqui posso limpar,

Recarregar.

 

É neste lugar mais natural,

Transparente,

Onde sou capaz de me confortar, 

De comigo mesma me encontrar.

 

É onde posso amar, 

Ainda que apenas na minha mente, 

Sou livre de o amor sentir,

de o imaginar,

Com ele fantasiar. 

Como o mar, 

Posso transbordar, 

Deixar sair…

Aquela imensidão de sentimentos,

Que o meu cérebro insiste idealizar.

E por fim,

Quando tudo assenta, 

Pacificar.

 

E é neste devanear,

Quando depreendo, 

Que tudo seria melhor…

Se tivesse uma mão para dar,

Um abraço par ficar,

Aqui, no melhor lugar.

Um aconchego terno,

quente,

confortável,

tranquilo,

Uma certeza.

 

O meu coração tende a carecer,

Algures juntas, 

Quando esse amor encontrar,

Este vago, mas maravilhoso momento,

Só pode melhorar.

E assim, a imensidão do mar, 

Juntas contemplar.