Encontrei-me novamente em sua face, em tuas pupilas reflete-se o que se opõe àquele ser antigo, àquilo que distorce a corrente de pensamentos em meu cérebro, que rega a semente deixada pela árvore da qual sou fruto, reflete-se a luz.
Recordo-me das frases postas pelos lábios de um senhor, das quais referiam à separação entre luz e trevas, decidida à partir da escolha do espírito supremo. Adoto à mim, partindo deste fato divino, que estávamos fadados à nos repelir, à guerrearmos entre nós, os opostos que se repelem.
Em verdade confesso que, teus olhos dotados de vida, a luz que seu espírito reflete às tuas retinas e claro, o sorriso genuíno, são as únicas faíscas em meu oceano frio, escuro e vazio, das quais encontram-se afogando em oblívio.
O puro e gentil garoto, aquele que encontra-se perdido na imensidão escura deste mar, ainda grita, em lástimas pela sua alma inocente, ele ainda luta pela dominância, em oposição aos demônios em posse de meu espírito.
Meus olhos mortos vêem a libertação em seu rosto, o anzol que me puxará para superfície, vêem os anjos que lhe guardam. A luz está fadada à distanciar-se das trevas, mas em tuas retinas, encontro o brilho que queimará minha escuridão, e trará à noite eterna de minha alma o amanhecer.