Joana de Clarice

Declaração de amor anônima

Se pudesse te dizer 

Se pudesse contar 

Se quisesse ouvir

Será que te diria?

E o que me diria quando soubesse que é a pessoa que mais desejo

 

Na declaração muda vou dizendo nos gestos

Contidos, por que não posso te mostrar 

Que meu coração acelera quando te vejo

E dilacera quando some

Você tem me consumido 

A paz, os olhos e o tino

 

O corpo que sonho é o seu 

A boca que quero é a sua

Queria que fosse minha

Que fôssemos nós 

Mas por enquanto imagino e sinto

Só eu

 

Te escrevo como se pudesse te contar

E como pudesse me ouvir

Num outro devaneio 

Como nas minhas ilusões te coloco em vários cenários da minha vida 

Você cabe todinha no meu mundo 

Me reparto para te encaixar em mim 

 

Eu gosto da sua imperfeição 

Da sua humanidade 

De não saber o que pensa

A não convencionalidade do seu jeito 

Gosto que sempre me escapa o riso quando falo de você 

 

Você é uma felicidade casual

Que me bate feito um vento quente 

Que me aquece por uns instantes 

E vai indo por entre meus dedos

Por enquanto sou por enquanto 

Com chances de ser por enquanto sempre

Mas a verdade tudo que mais queria é ser sempre.