A folha solta nos redemoinhos;
A alga que navega sem vela, motor ou remo;
Com objetivo e rota, certo de nunca chegar;
Toque... O tato me diz que nunca te tive;
Estive a milímetros, sentia tua pele e teu hálito, teus olhos em mim!
Contudo, você se certificou de nunca pôr sua mão na minha e nunca bebeu do mesmo veneno, nem entrou na balsa para, do outro lado, sentar e beber a insalubre doce utópica promessa;
Você não tem culpa, eu estava entre ondas e na boca de Ceto; qualquer mão fria serviria de apoio;
Algo como você; meu \"monstro da volúpia\", \"mestre do controle\", hábil deduz meu momento e me leva à tempestade, ao frio e ao abismo;
Ainda te orgulho, levantas teu tronco bonito impregnado de asco, sentas no meio-fio e me vês desequilibrada, tentando ir à praça;
Ris! Acreditando, como um pai imaturo, que jamais saberei ir ao divertimento e deleite sem você;
Construo há dias ou minutos um poço onde vou te jogar, fundo o bastante para que seus gritos virem sussurros, e ouça meu sorriso, quando achar a folha da mesma árvore da qual eu caí, nos vendavais que você me lança.
Por Sandro MS Lino