Lesy Williams

Vulnerabilidade

Chamo pela vulnerabilidade, 
assim como quem chama pela felicidade.
É na vulnerabilidade que encontro a minha essência;
Aquela em que perdi nos velhos tempos da Inocência.

Deixo a corrente de vulnerabilidade se apoderar de mim
e reconhecer o verdadeiro poder que me foi dado.
O Ego desvanece sem deixar rasto 
e concebe-me o verdadeiro poder que me foi tirado.

É na vulnerabilidade que vejo clareza no propósito;
Tantos anos a insistir numa luta,
para aumentar a dor que só permuta,
quando se extingue a água no depósito.

Aprendi a não temer a vulnerabilidade,
porque ela já não me fere a velha suscetibilidade.
Pois é no desfalecimento da força bruta,
que só amparada pela força oculta.  

Aprendi a erguer-me sob o poder vulnerável;
Fazer da corrente uma missão louvável. 
Perante os olhos de quem me segue,
para dar combustão ao propósito que se persegue. 

Não quero insistir na minha própria vontade,
nem que para isso ponha de lado a saudade; 
Dos velhos prazeres extinguidos pelo tempo,
quando o troféu de hoje se estende, para além do momento.

A vulnerabilidade me faz enxergar a longo termo,
quando as ondas do mar aparentam a calmaria;
De um coração ferido e inocentado,
à espera de se recuperar, no final da passagem do ermo.

Que a vulnerabilidade potencie em meu ser,
todos os fragmentos da Imagem que não consigo ver;
Porque ela traz demasiado para o meu entendimento;
Deixo que Jesus me embale no seu ensinamento.