Não posso apagar as luzes dos meus olhos.
Se fechar as cortinas de minha mente
Não abrirei amanhã.
A bomba relógio do meu peito faz seu tictac rapidamente
Sinto que logo parará de bombear o sangue de minhas veias.
A dor dá seus sinais pela sofrência
De um moribundo como eu, perto da morte.
Cada dia os abutres se aproximam
Eles aguardam lambendo o bico
Rindo do meu sofrimento.
A runa da foice aparece em meus sonhos
O corvo dança em minhas folhas de chá
E o vazio me aguarda ansiosamente
Como um cão faminto ansiando seu alimento
Mesmo que a bola de cristal quebre
Ainda tenho a certeza do fim
Pois é tão possível evitar o inevitável
Quanto fugir do meu destino final.