Charlie

Runas sobre a cova

Não posso apagar as luzes dos meus olhos.

Se fechar as cortinas de minha mente

Não abrirei amanhã.

 

A bomba relógio do meu peito faz seu tictac rapidamente

Sinto que logo parará de bombear o sangue de minhas veias.

A dor dá seus sinais pela sofrência

De um moribundo como eu, perto da morte.

 

Cada dia os abutres se aproximam

Eles aguardam lambendo o bico

Rindo do meu sofrimento.

 

A runa da foice aparece em meus sonhos

O corvo dança em minhas folhas de chá

E o vazio me aguarda ansiosamente

Como um cão faminto ansiando seu alimento

 

Mesmo que a bola de cristal quebre

Ainda tenho a certeza do fim

Pois é tão possível evitar o inevitável

Quanto fugir do meu destino final.