PODER DA ESCRITA
Se um dia vaguei, incerto,
Hoje me sinto realizado,
Pois os sonhos outrora distantes,
Agora são reais como o céu desejado.
Feito de luzes, sou hoje
Fruto doce da videira, envelhecido
Nas adegas da existência.
Estes prodígios não são estranhos,
Pois se um dia adormeci no mármore frio,
Ela trouxe-me de volta à vida,
Pleno e renovado.
Escrevi verso,
E renasci dentro da própria escrita.
Se nos avistamos por entre as lacunas da incerteza, Não foi por mero acaso que cruzamos os ponteiros nas horas certas,
Talvez no início tímidos e descompassados,
Mas ao recobrar-me encontrei, sem dúvida,
Fragmentos: aqui, ali,
De histórias e contos sem fim.
Assim, posso afirmar:
Todo aquele que busca verdades um dia as encontra,
Mas quem tece versos pode mudar histórias,
Pois as palavras são armas que matam,
Mas também antídotos que curam.
C.Araujo