Antonio Luiz

Maçãs adoram lambidas

não urgisse essa apetência de ti

em lamber, eu teria me demorado

a guardiã do teu suculento íntimo

tua casca, tão macia e perfumada

 

dizia ela, branca de neve, à maçã

entre a primeira e a outra abocada

como se imperasse, sua saciedade

naquele gélido espaço desmatado

 

sem o prazer duma língua na pele

sentida, infeliz ligeiro dissipou-se

do sonho, na macieira alimentado

restaram frias sementes e um talo